Amor Além Da Vida

Amor Além Da Vida

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

2º Capítulo

Booom pessoal, peço desculpas por não ter postado dia 15, mas sabe como que é né. A internet não pega, aí fica difícil. Mas curtem agora o 2º Capítulo!

2º Capítulo

Abri a porta, e parei, aquele cafofo estava uma bagunça! Fui até a sala, onde o vagabundo estava deitado. Dei um tapa na cabeça, que o fez cair no chão. Desliguei a televisão e já comecei meu discurso:

- Tudo o que eu falar agora, você nem pense em falar para Joane, porque ela é tão boa, que pediu para eu esquecer o que você disse na sala. Eu prometi pra ela, mas só pra ela, para não aborrecê-la. Mas você não merece perdão. Você vai me prometer que depois da nossa conversinha, vai pensar muito bem no que vai falar, pensa que mesmo que Joane não demonstre, acha que ela não ficou magoada? Ela não é de ferro. E eu te pedi pra não trazer suas “amiguinhas” aqui? Vocês começam a brincar de pega-pega e isso fica uma bagunça! Agora toma juízo, e arruma toda essa zona, porque a Joane vai vir para cá amanhã, e eu não quero que ela pense em nada dos absurdos que você faz! Entendeu tudo o que eu disse?

Ele me olhou, os olhos arregalados, e fez que sim. Quando eu me dirigia à cozinha para ver o que faltava de alimento, ele levantou o dedo. Parecia uma escola. Tremi só de pensar no nome.

- O que foi?

- Foi muito educado como você dirigiu o nome as minhas namoradas. – E sorriu.

- Fala sério, Júnior, acha que todo dia você tem uma namorada nova? Só para os tolos acreditarem! Você é um necessitado! Não vive sem sexo!

- Não vivo mesmo. E garanto que você esteja ansioso para se casar. Não que você seja virgem, que isso acho que até a Joane tem certeza que não, mas agora você está comportado, sem fazer nada, nesse sentido. Mas a Joane te virou, te deixou um homem comportado, olha nesses dois anos, fiquei até surpreso, você com essa paciência toda, você não era assim, até hoje agradeço Joane por ter te mudado um pouco, ou melhor, um pouco não, quase completamente.

Revirei os olhos. Concordo, ela me mudou um pouco, principalmente a paciência que eu tenho com esse traste. Mas mudei o assunto de imediato:

- Arruma tudo, e, por favor, cumpre o que te pedi.

- Foi mau irmão, eu não vou fazer mais isso.

- Espero.

Depois da faxina que ele fez, e depois de eu ver o que faltava, fomos dormir. Nossa ele essa noite não parava na cama, cansei de chutar o colchão pra ver se ele parava, mas nem assim. O dia já estava clareando e o despertador tocou. Fiquei feliz por ele já ter levantado e feito o café, pelo menos para isso ele servia. Sentamos-se à mesa, mas mesmo assim ele ainda quicava. Perdi minha paciência e chutei sua perna. Ele caiu da cadeira.

- Puxa, você podia ter um pouco de paciência né. Afinal, a Joane irá morar conosco a partir de hoje. Mas você está um bruto! Ai!

- Você devia me agradecer porque não te dei uns socos, você merecia. Mal dormi hoje! Você não parava na cama! Isso estava me deixando louco!

- Ah, mas depois você vai me agradecer, tenho uma surpresa para vocês.

Olhei para ele desconfiado. Ele sabia o que eu quis dizer.

- Relaxa, não é nada demais. Tanto ela quanto você irão gostar.

- Eu espero mesmo que não seja nada demais. Porque se for, vou fazer picadinho de Júnior e dar para os cachorros.

- Calma, eu hein, relaxa que vocês vão gostar.

Peguei minhas coisas e fui buscar Joane. O mesmo procedimento de sempre. Só que hoje os olhos dela quando encontraram os meus, estavam anciosos, esperançosos, e eu nem queria lembrar da surpresa do Júnior, eu espero mesmo que não seja nada demais. Chegamos à escola, e é claro que não era só o Júnior que estava quicando, era de se imaginar que Maggie também estaria. Ela abraçou Joane, e as duas foram conversar. Em minha opinião, ela teria mais fofocas amanhã. O sinal tocou e fomos para a sala. Hoje a aula estava um tédio, como sempre, com aquela professora... Será que ela nunca se cansava de literatura? Pode ser que não, mas certamente os alunos se cansavam. No final da aula, Júnior saiu todo apressado, nem queria imaginar o porquê. Levei-a para casa, para ela pegar suas coisas, e fui para o meu cafofo, ela pegaria suas coisas e o motorista iria levá-la até lá. Ao chegar, levei um susto. No lugar do beliche, estava uma cama de casal, e o beliche se encontrava na cozinha. Fechei os olhos e pensei: “Isso é um pesadelo”. Bom, pelo menos ele não botou rosas, velas, camisinhas, nada disso. Devo dar um desconto a ele. Respirei fundo e me dirigi para a cozinha. Ele estava em pé escrevendo algo em um cartaz.

- O que é isso? – Perguntei confuso.

- Ah, isso é um cartaz de boas vindas para Joane.

- Ta, mas pra que aquela cama de casal?

- Ah isso é uma pergunta meio idiota. É lógico que daqui a uma semana vocês irão se casar, e, me oferecendo para ser seu padrinho, dei a cama de casal para vocês.

- Onde você conseguiu aquela cama?

- Eu comprei.

- Com que dinheiro?

- Aí é que ta. Eu falei para os meus pais. Claro que eu não falei que ela iria vir morar antes com nós dois, mas que eu iria ser o padrinho do seu casamento, e então, queria dar um aconchego melhor para vocês dois. Então, minha mãe disse que seria melhor uma cama de casal, porque vocês dois no beliche, não dá. Então ela pagou a cama.

- Coitada da sua mãe! E você a incomodou por causa de nós?

- É um presente para vocês, e não reclame. O presente é meu e dos meus pais. Eles desejaram muitas felicidades para vocês.

- Quando você falar com eles, diz que eu agradeço, e agradeço a cama também.

- Ta bom.

Eram cinco horas da tarde, alguém bateu na porta, é claro que eu sabia quem era. Júnior já tinha colocado o cartaz, e um chapéu de aniversário. Ignorei e fui abrir a porta. E é claro estava ela com suas coisas, sorrindo pra mim, com o motorista segurando sua mala, e sua mãe do outro lado. Saí imediatamente da porta, e acenei para que entrassem. Todos os três entraram, o motorista deixou a mala e retornou para o carro. Júnior pulava, tentando chamar a atenção, mas ela só olhava pra mim. De repente, a Sra. Thunner, pigarreou, puxando nossa atenção.

- Bem, você está bem equipada. E pelo visto é bem vinda. – olhamos todos para Júnior. Enfim, ele parou de pular, e sorriu.

- Bem vinda Joane. Tenho uma surpresa para você. Pelo menos o Thomas ficou surpreso. – ele soltou uma risadinha.

- Huuum, depois quero ver. – deu um suspiro de entusiasmo. Ela era muito engraçada quando fazia isso.

- Claro.

A Sra. Thunner ainda esperava. Acho que ela queria botar “regras”.

- Bem, é só isso, e sejam felizes!

- Vai estar lá na nossa formatura? – Todo mundo entendeu o que ela quis dizer.

- Sim, claro querida. Embora, depois de hoje, o comportamento de seu pai irá mudar e se ele não for, mas eu estarei lá. Eu prometo. – e passou a mão em seu rosto. - E isso basta. Sei que querem comemorar, pelo menos aquele rapaz me demonstra isso. Tchau para todos.

- Tchau mãe.

- Tchau Sra. Thunner.

- Adiós Sra. Thunner. – gritou Júnior.

Senti uma lágrima descer do rosto de Joane. Meu dedo automaticamente a enxugou. Tomei-a em meus braços, e sussurrei:

- Não quero que faça nada que a deixe triste. Por favor, eu espero.

Ela virou-se para mim e me abraçou. Também sussurrou:

- Aposto que ninguém está mais feliz do que eu agora. Só que é difícil pensar no que minha mãe irá escutar do meu pai. Imagino o quanto ele será ignorante, e grosso.

Abracei-a para mais perto de mim, e beijei sua testa. Senti-a suspirar. Um suspiro de dor. Mas é claro que Júnior não a deixaria escapar.

- Tudo bem, vai deixar os choros para depois, agora você vai ver meu presente de padrinho do casamento.

Ele a puxou, levando-a para o quarto. Eu os segui, nervoso, pensando em qual seria sua reação. Parei na porta enquanto ela estava paralisada no meio do quarto e Júnior em cima da cama. Se ela quisesse matá-lo não faria esforço nenhum de sair dali onde estava. Ela parecia estar engasgada. Fui perto dela e passei meus braços por sua cintura.

- Você está bem amor?

- Claro, só estou surpresa.

- Eu avisei para o júnior que você iria ficar chateada, e...

- Shiu! Não estou chateada. Agora é menos uma coisa para comprar. Obrigada Júnior.

- Que bom que gostou! Eba! – tudo bem, ele se convenceu.

- E onde você vai dormir?

- Onde eu vou dormir, ou onde eu e o Thomas vamos dormir? Quer dizer que vocês já querem dar o próximo passo antes de...?

- Não! – acho que ela entendeu tudo o que ele falava de asneira.

- Ta bom. Nós vamos dormir lá na cozinha. O beliche está instalado lá.

- Ah claro. - e ela finalmente sorriu.

Nosso jantar foi uma maravilha, claro, a Joane que cozinhou. Era a noite de sessão de filmes. Claro teria que haver uma discussão.

- “American Pie”? Não, esse não.

- Esse é o melhor que temos.

- Ou o melhor que você tem?

- Acho que Joane não se importaria de assistir.

- Mas sou eu que me importo.

- Chega meninos! – interrompeu ela. – Eu tenho um filme de romance aqui e vocês vão adorar.

- Qual o nome?

- “Um Amor Para Recordar”.

- Nossa, pra que recordar?

- Depois você me dirá a resposta.

Ela colocou o filme, e começamos a assistir. Ela deitou no meu colo, e Júnior deitou no outro sofá. Não sei se estava na metade do filme, eu a senti parada, sem movimentos, só ouvia o som da sua respiração. Olhei, e ela estava dormindo. Pedi para que Júnior arrumasse a cama para eu pô-la lá. Nunca imaginei isso, mas ele estava chorando. Foi muito engraçado. Eu queria rir, mas tinha medo de acordá-la. Deitei-a na cama e dei um beijo em sua testa, e a deixei ali no seu sono profundo. Eu só sei que no final do filme, eles se casaram e ela morreu de leucemia. Senti um arrepio, não sei por quê. Segui rumo ao beliche e me estiquei, super cansado. O outro dia era sábado, então tinha mais tempo para descansar. Acordei com o sol na minha cara, e com alguém mexendo no meu cabelo. Levantei, ainda não estava acostumado, mas que teria que fazer isso, pois em menos de uma semana eu estaria casado com essa menina, linda, que eu amava, e que pelo que ela falava, e eu acreditava, que ela me amava também. Ela deu uma risadinha.

- Bom dia amor, eu te assustei? Desculpa.

- Não, não meu amor, eu estou bem. Na verdade, eu fiquei surpreso de estares aqui deitada comigo.

- É, mas eu não queria te acordar. Desculpe-me.

- Não fica assim. Não se sinta culpada. Até foi bom, assim eu não me acostumo mal.

E nós dois demos gargalhadas.

- Eu te amo tanto. – ela passou sua mão em meu rosto, e seus lábios encontraram os meus.

Foi um beijo sério. Mas consegui me controlar, afinal, não esquecera da minha promessa. E tudo foi interrompido por uma pessoa, intrusa naquele momento, Júnior.

- Bom dia para vocês dois, o café está na mesa!

- O café está na mesa porque eu fiz. – ela o interrompeu.

- Que seja. Chega dessa coisa aí. É falta de respeito com quem é solteiro!

- Você é solteiro porque quer.

Depois dessa, fui obrigado a rir. Ele é solteiro porque fica com todas, e não consegue descobrir o que é amar. E eu estava com fome, já que ninguém se levantava, eu tomei a iniciativa.

- Vamos? O café vai esfriar.

- Vamos.

Finalmente, eu tomei um café real. Um café com gosto de café. Ultimamente, ou eu tomo água fervente com um pozinho de café, ou um pirão de café quentíssimo. Aquilo sim era um café. À tarde, fomos ao parque, só nós dois. Eu precisava de um tempo só com ela. Chegamos e sentamos em um banco, e ali ficamos abraçados.


Continua?

Beijão pra todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário