Amor Além Da Vida

Amor Além Da Vida

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

8º Capitulo

Oii pessoinhas do meu coração, aí vai o 8º capítulo.

- Sr. Thomas, pode entrar aqui, por favor?

O que aconteceu? – pensei. - será que ela estava doente? Uma doença grave? Levantei-me depressa e entrei no consultório. Ela estava sentada e sorriu para mim. Coisa grave não era. Sentei, assustado, preparado pra tudo. Bom pelo menos era o que eu pensava.

- Bem, devo certificar que isso não incomodará vocês. – ela falou olhando para mim.

- Não doutora, é muito bom. – Joane também me olhava.

- Do que se trata realmente doutora? É algo grave? – perguntei. Estava pronto para qualquer resposta.

- Não, Sr. Thomas, pelo contrário, pelo menos Joane gostou muito. Bem, ela está grávida.

GRÁVIDA. As palavras soavam bem lentamente, e entraram bem devagar no meu cérebro. Mas pensei bem no que ia falar.

- Ah, grávida. – só o que consegui falar. Ela passou sua mão em cima da minha.

- Tudo bem amor? Você parece tenso.

- Não, eu estou bem, é só que, era a última coisa que eu esperava. Fui pego de surpresa.

- Mas o que você acha? É claro que não vou abortar. Isso está fora de cogitação.

- Não de jeito nenhum, nem eu quero. – é claro que isso estava fora de cogitação.

- E então, o que você acha?

- Bom, somos jovens, acho que nenhum de nós dois pensávamos nisso, mas será bem vindo.

Ela sorriu. Passou a mão sobre a barriga, que não tinha volume algum. Minha mão pousou em cima da sua, que estava na barriga. Ela pegou minha mão e sorriu, tão linda, tão inocente. A médica interrompeu nosso momento “família”.

- Bem, quero avisá-los que a gravidez é recente, portanto, todo cuidado é pouco. O pré-natal é essencial desde o começo, ou melhor, desde que se descobre que esta grávida. Assim, o bebê tem um desenvolvimento cheio de cuidados e muito amor.

- Doutora, como que funciona o pré-natal? – ela perguntou. Eu também queria saber.

- O pré-natal é um acompanhamento que a mãe gestante faz durante sua gravidez, visando se haverá problemas com o feto, ou com a mãe. Também pode-se fazer, quando o bebe estiver desenvolvido, se há deformações no gene do feto. É assim que funciona. Pode-se fazer pelo convênio ou particular, os pais escolhem.

- Quero fazer particular. Creio que será mais seguro.

- Muito bem. É melhor vocês irem pra casa, conversarem, e então marcar uma outra consulta para ver o que vão fazer. O Sr. Thomas até agora falou pouco, creio que está assustado, então é melhor conversarem calmamente em casa. Quando você voltar, eu lhe direi tudo o que você pode ou não fazer, tudo bem?

- Sim doutora, muito obrigada. Até uma outra hora. Boa tarde.

- Boa tarde Joane. Boa tarde Sr., Thomas.

Fui tirado dos meus pensamentos. Joane me cutucou. Pus-me de pé.

- Boa tarde doutora.

Pegamos um táxi. Não dava para eu aceitar ela caminhar muito. Ela já foi pra clinica caminhando, mas também ninguém sabia. Chegamos em casa, ela foi tomar banho. Depois eu fui. Quando sai, Júnior veio em minha direção.

- Parabéns papai! Ah cara como eu to feliz! Sabia que algo bom ia acontecer. Agora eu estou curioso para saber se é menino ou menina!

- Vai devagar Júnior. Um passo de cada vez. Ela está no início ainda, vai demorar um pouco, não se empolga. – o cortei. Ele estava exagerando.

- Júnior, vem me ajudar, por favor! – ela gritou. Mas que história é essa de Júnior? Fui deixado para trás? Eu e Júnior nos dirigimos à cozinha. Júnior chegou e ajudou-a a por a mesa.

- Fui deixado para trás agora? Por que você não me chamou para te ajudar?

- Desculpe meu amor. Mas eu não quero estressá-lo mais do que você está.

- Eu estressado? Por que você chegou a essa conclusão?

- Depois conversamos, por favor, agora vamos jantar.

Concordei. Eu não quero brigar com ela. Ainda mais no estado em que ela se encontra. E nunca brigamos, não é agora que quero começar. Sentei-me e jantamos, em um silêncio. Hoje, nem Júnior abriu a boca pra falar besteira, mas aquilo já estava me deixando angustiado. Terminamos, e bem rápido, comecei a lavar a louça. Quebrei um prato e um copo. Deixei garfo, faca, colher, tudo cair no chão. Devem ser os nervos. Algo me dizia que o que ela queria conversar não era algo bom. Eu não parei. Joane e Júnior ficaram parados vendo eu me atrapalhar. De repente, mais um prato se foi, cortei o dedo.

- Ai, nossa me cortei. – pensei que ela não tinha escutado.

- Amor, me deixa ver, é mesmo, foi um corte bem intenso, Júnior pega a maletinha de primeiros socorros, eu vou cuidar disso.

- Não, nem pensar. Já vai parar, não se incomode. – queria que ela descansasse e esquecesse tudo.

- Eu vou cuidar disso, você fique quieto.

Júnior voltou com a maletinha. Depois de deixar na mesa, continuou a lavar a louça.

- Nossa, se não tivéssemos muitos pratos, iríamos à falência. – deu uma risadinha. Não achei graça.

- Não fala assim, Júnior. Não iria gostar se fosse você. – finalmente ela me defendeu, e brigou com ele. Meu dia de vingança chegou!

- Seu idiota. Deixe-me cortar seu dedo ou sua mão para ver se você fala mais alguma coisa. – não perdi essa.

- Não, relaxa irmão. Estou bem assim. Pelo menos um pode lavar a louça. – e caiu na gargalhada.

Sinceramente, não sei de onde ele tirava tanta graça. Ela cuidava do meu dedo com uma delicadeza, dava até para dormir. Amenizava a dor. Suspirei, e quando ela terminou foi jogar os gases no lixo e guardar a maletinha.

- Pronto amor. Agora senta e sossega. Já vamos dormir.

- Vou ajudar o Júnior na louça. – ele precisava.

- Não. Você fica aí que eu ajudo-o. – ela insistia.

- Não, de jeito nenhum. Você vai descansar, e eu ajudo o Júnior. – eu também insisti. Uma hora ela ia desistir.

- Chega, Thomas. – só quando ela estava brava que falava assim. – Eu vou ajudar o Júnior e ponto final. Não quero discutir. Eu estou grávida, e não paraplégica.

- É cara, sossega. Afinal vocês dois já podem ir dormir. Eu já estou terminando. Vão e conversem.

Peguei-a pela mão e a levei para o quarto. Ela foi se arrumar para dormir, e depois eu fui. Estávamos deitados, ela em cima do meu peito, brincava com os botões da minha camisa. O silêncio era torturador.

- Então, o que você quer conversar comigo? – ela parou de mexer nos botões. Sentou, e olhou para mim com preocupação.

- Você quer mesmo essa criança? Quer mesmo ser pai?

- O que você está querendo dizer com isso? É claro que essa criança será bem vinda. De onde vieram essas idéias?

- Você não parece estar feliz. Eu sei que foi uma surpresa para você, foi para mim também. Mas sua reação foi de rejeição.

- Claro que não. Amor eu fiquei surpreso, admito. Mas eu estou muito feliz e empolgado com essa gravidez.

- Sério mesmo?

- Sério. Juro. A única coisa que me preocupa é o meu serviço.

- O que te preocupa?

- O meu salário até dá para sustentar mais um, só que para pagar o pré-natal, fica complicado. Posso guardar dinheiro para dar uma vida melhor para essa criança, mas pagar o pré-natal, fica complicado.

- O pré-natal eu dou um jeito. Não se preocupa com isso.

- O que você tem em mente?

- Amanhã vou contar para minha mãe, quem sabe ela pode pagar meu pré-natal.

- Não. Ela não vai pagar nada. Não vamos incomodá-la. Nem que eu faça hora extra todo dia, mas não vamos pedir dinheiro de ninguém.

- Mas amor, ela é minha mãe, ela vai querer ajudar. E você não tem que fazer nenhum sacrifício.

- Não vou fazer nenhum sacrifício.

- Amanhã eu vou conversar com ela, e você não vai me impedir. Estamos conversados. Vou dormir, ou melhor, nós vamos dormir. – passou a mão na barriga.

- Eu também vou. Boa noite. – beijei sua barriga. Depois lhe dei um beijo na testa e fomos dormir.

Dito e feito. Ela foi conversar com a mãe, e ela, muito bondosa, exigiu que eu deixasse pagar o pré-natal. Eu aceitei, de tanto ela insistir. Ela pirou quando soube que ia ganhar um netinho, ou uma netinha. Fez planos para o quarto do bebê, etc. ela foi embora, e Júnior chegou, com uma sacola. Nem perguntei o que era. Tinha medo da resposta.

- Olha só o que eu comprei para o bebê! – tirou da sacola. Era um chocalho. Bem lindinho, colorido.

- Ah Júnior, já está bem apressado. – ela deu uma risadinha. – Obrigado. Muito lindo mesmo. Eu e o Thomas queremos falar com você.

Continua?

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