Amor Além Da Vida

Amor Além Da Vida

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

13º Capítulo

- Hoje o jantar estava silencioso. – puxei para ver se ela sabia de algo.

- Pois é. O Júnior estava tão quieto. Não é típico dele. Você sabe de alguma coisa? Sabe se eu fiz alguma coisa?

- Não, pensei que você soubesse de algo. Nunca vi júnior assim. Geralmente nem dormindo ele fica quieto. – olhei pra ela. Ela parecia mesmo não saber de nada. - eu vou falar com ele. Você pode lavar a louça? A Daphny já está dormindo.

- Claro, sem problemas. – ela concordou. Boazinha como a irmã.

Fui até a sala, onde o imbecil estava sentado. Sentei no outro sofá, porque a falta de educação naquela sala era grande.

- Júnior, o que está acontecendo com você? Você não é assim. – puxei conversa direta. E esperava uma resposta.

- Fala baixo!

- Por quê? – porque eu teria que falar baixo? Há alguma coisa muito séria acontecendo.

- Porque a Clarisse não pode escutar! – ele implorava.

- O que foi? Fala! – eu queria saber. O suspense é doloroso.

- É que, o que eu estou sentindo, eu nunca senti antes. Eu estou apaixonado.

- Por quem? Pela Clarisse? – era meio óbvia a pergunta. Mas precisava de uma certeza.

- É, é sim. Ai cara, não sei o que faço! – ele pareceu desesperado.

- Conta pra ela. Um sim ou um não. Acho que mais que isso você não ganha.

- Ou um tapa na cara também.

- Não, eu a conheço, acho que ela não faria isso.

- Mas como que eu faço? Eu estou perdido!

- Pede para conversar com ela, e então se declara.

- Assim, tão fácil?

- Você vai ver que na hora nada é fácil. Experiência própria.

- Só que a sua experiência deu certo.

- E quem disse que vai dar errado? Você nem tentou! – eu estava botando pilha. - mas sabe que com ela é sério.

- Eu sei. Mas o que eu sinto por ela também é sério.

- Então. Eu vou dormir, e vocês conversam.

- Tem certeza? Sei lá, nunca me declarei pra ninguém!

- Eu também não tinha me declarado também. Depois quando ela diz sim, seu mundo fica de cabeça pro ar!

- Sei. É fácil falar, ela aceitou.

- Que seja. Vou dormir. Boa noite e boa sorte.

- Boa noite.

Dirigi-me à cozinha para dar boa noite para Clarisse. E claro, dar uma forcinha.

- Boa noite Clarisse. Júnior disse que quer conversar com você.

- Boa noite Thomas. Hum, será que fiz algo errado? Vamos ver. Obrigada Thomas. Depois vou lá.

- De nada.

Fui dormir. Essa noite Daphny não chorou, mas eu ia sempre vê-la. De manhã, ela acordou era umas sete e meia. Fui preparar sua mamadeira. Ela comeu, e ficamos ali na mesa, aproveitei para tomar café também. Ela pegou um biscoito e o despedaçou, depois bateu palminhas.

- Filha, - era estranho esse nome- não pode fazer isso. Há tantas crianças que querem e não tem o que comer. É feio fazer isso. – fiz que não. Ela parou de rir. Ficou séria, e deixou a outra metade do biscoito na mesa. - Muito linda assim.- E sorri. Ela também sorriu.

Ela é pequena, mas também não posso deixar ela fazer tudo o que ela quer. Clarisse acordou, e veio sentar-se na mesa. E nada do Júnior.

- Bom dia lindinha. Bom dia Thomas, ela já comeu?

- Bom dia. Sim, ela já está bem alimentada. – tão cedo não é preciso alimentá-la.

- Que bom. Hoje vou dar um passeio com ela pelo parque, para ela sair um pouco.

- Claro, nem pensei nisso. Ela ficou todos esses dias em casa. Ela precisa de um ar limpo e fresco.

- Com certeza. Eu também preciso. – E tremeu. Não perdi tempo e puxei o assunto.

- E aí, o que o Júnior queria falar com você?

- Até parece que você não sabe. – me olhou séria. Eu queria rir, mas acho que ela não ia gostar. – É ele falou sim comigo.

- E o que ele falou? Porque ele falou pra mim uma coisa, vai que ele desistiu? Sei lá. – fiz de desentendido. Se ela não contasse, Júnior certamente me contaria.

- Provavelmente ele falou pra mim a mesma coisa que falou pra você. Que está apaixonado por mim e tal... – revirou os olhos. - Fala sério, é assim que você conquistou a Joane? Minha irmã caiu nessas besteiras que vocês falam? Coitada!

- Não sei o que o Júnior falou, mas, eu certamente disse algo mais maduro. Mais verdadeiro. Ele certamente falou a maior parte besteira.

- É, falou sim. Ele parecia nervoso. Chegou a gaguejar. – deu uma risadinha. Pela primeira vez eu senti pena dele.

- Ele estava nervoso. Tinha medo de falar com você e ser rejeitado. Disse pra mim que o que ele sente por você, nunca sentiu por outra. Eu acredito, pois ele nunca ficou assim.

- Sério? Pensei que ele dizia para todas! Nossa, coitado.

- Você disse não? – eu queria saber o resultado.

- Eu disse que ia pensar, mas já estava pensando em dizer não. Achei que o que ele falou era típico de ele falar para as outras também. Ainda bem que conversei com você. Aí posso pensar melhor. – suspirou.

- Fala sério Clarisse, acha que o Júnior quer ser romântico com todas? Eles não perdem esse tempo. Eles vão direto ao ponto. Porque elas acham que com eles tudo é um algo a mais. – revirei os olhos. Lembro-me dessa época. Já aconteceu comigo. Uma época onde ainda não existia Joane. Voltei ao assunto principal. – Talvez o que ele sente por você, é algo diferente mesmo, dê a ele uma chance. Só uma chance. E se ele falhar, aí Você pode me bater, bater nele, mas só dê a ele uma chance.

- Tudo bem, vou pensar com cuidado. Vou lembrar dessa conversa.

- Não estou te forçando a nada. Pode recusar, faça o que você quiser, mas eu te digo que eu nunca o vi assim, tão retardado, tão apaixonado.

- Sim, sim, eu sei. Bem, se não se importa, vou levar a Daphny para passear, e vocês podem ir trabalhar.

- Vou. Júnior já foi? Ele não levantou ainda.

- Já foi sim, eu o vi sair.

- Obrigado. – Dei um beijo em Daphny e fui trabalhar.

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